quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tesoura Cega

É uma tesoura exemplar, centenária, resgatada por Emanuela Gaviolli, junto a sua avó Iracy Ribeiro Scheleder , agora bem recente,  na cidade de Sarandi/RS, com quem teve a delicadeza e o respeito de extrair  as informações da cronologia de sua posse.
 Tudo começou com a senhôra (acento de propósito pela época) Docelina Cruz, lá no Pontão/RS, no tempo em que Freud ainda era jovem. Passou-a para sua filha, Edite Cruz Ribeiro, que, a principio, morava na mesma localidade, tendo se transferido para Encruzilhada Natalino/RS, até, finalmente, chegar a Sarandi/RS, onde faleceu, aos bem vividos   82 (oitenta e dois) anos.
Dona Edite a passou para as mãos de  Iracy Ribeiro Scheleder, sua filha, que, nesta data, conta com 72 anos., lúcida e falante.
Interessante o depoimento de Dona Iracy quando diz que a tesoura “era pau para toda obra”, tanto cortava os cabelos dos filhos quanto servia paras as atividades de costurar. Aí nossa imaginação mais moderna nos leva a acrescentar o corte do esparadrapo, recorte de papel, cordão umbilical... e o que mais?  Sabe Deus!
Utensílios como este que se nos parecem comuns hoje, eram valiosos nos antigamente,  ensejando cuidados especiais, o que  se comprova  com a sua existência conservada e funcionalidade preservada, não obstante ter passado por gerações, até os dias de hoje.
Quem pensa que a tesoura, aparentemente fria, sem vida, não inspira sentimentos fora o reconhecimento de sua utilidade, engana-se.


É o exemplo da composição de César Costa Filho e Walter Queiroz , o samba “Tesoura Cega” , valorizado pela voz de Beth Carvalho,  que lá pelas tantas diz:

“Quem se perdeu do amor humano
é como tesoura cega
não tem mais direito ao pano”

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