quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Máquina fotográfica PONTIAC MFAP



 Origem francesa
Mecanismo em perfeitas condições.


Estojo em  baquelite (?)



      Esta bela máquina fotográfica foi adquirida em Lisboa/Portugal numa daquelas inúmeras lojas de venda de antiguidades existentes naquela cidade. Não consegui identificar o nome do fabricante ( FRANCES) , data de fabricação e dados técnicos, embora tenha feito  pesquisas no  “Dr. Google”. Quem conseguir identificá-la  peço o especial obséquio de informar a este blog, a fim de completarmos sua ficha técnica. 


    "A MFAP (Manufacture Française d'Appareils Photographiques) , fábrica francesa de máquinas fotográficas, iniciou a produção em 1938 com as máquinas Pontiac.  Em 1951 a indústria foi transferida para o Marrocos e fechada em 1954.  Sua rara máquina,  com gabinete em baquelite, deve ter sido fabricada entre 1948 e 1950".   

     Recebemos hoje, 26/08/2013 as informações solicitadas do amigo Daltro D'Arisbo, diretor do museumaquinascosturar.blogspot.com.br/, que registramos acima. Dedicamos ao amigo a música eternizada por Cláudia Barroso... A vida é mesmo assim.






Temos ainda a companhia de Ricardo Reis...


Vem Sentar-te Comigo, Lídia, à Beira do Rio

Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos 
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
                   (Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
                   Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
                   E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
                   E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
                   Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
                   Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
                   Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim — à beira-rio,
                   Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa 

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